quinta-feira, 10 de novembro de 2011

O renegado!






Agora toda a gente pode ver quem sou,

Sou alguém que o néctar infernal provou,

Sou aquele que o mundo chocou.

Sou aquele que em príncipe a noite transformou.



Vejo o inferno no meu olhar,

Mais uma vez “deus” vem-me provocar,

Com falsas promessas vem-me aliciar,

Porém o seu ópio não vou tomar.



Oh “deus” porque não morres?

Porque a minha essência consomes?

A tua morte ao mundo fará bem,

Assim já não magoas ninguém.



Sou a alma que deixaste vazia,

De me vingar de ti não vejo o dia.

Fizeste de mim o anjo renegado,

Que pelas trevas foi abençoado.



Com o teu sangue hei-de de brindar,

Com a tua carne hei-de de me alimentar,

Vais pagar por tudo o que fazes passar,

Consegues ouvir os tambores da minha legião a tocar?



O que me vais dizer,

Quando diante de mim estiveres a padecer?

Vais implorar por perdão?

Nem sabe o prazer que me vai dar quando te arrancar o teu coração!



Não posso perdoar quem me fez morrer,

Muito antes de eu nascer.

Um novo deus vai surgir,

E do teu reino a humanidade se vai rir.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Jardim Das Almas






É belo este jardim,

A quem devo tamanha gratidão por ter criado algo assim?

As suas esculturas são musicas petrificadas,

Só pelas almas errantes podem ser admiradas.



De dia o silêncio é total,

À noite a sua magia torna-se divinal.

Vagueio nas suas pequenas ruas acompanhado pelos corvos,

Fora dos seus muros todos os caminhos me são turvos.



Ai como é belo e intenso o cheiro que emana das flores

 Neste jardim depositadas,

Junto das sepulturas das pessoas que um dia

 Por alguém foram e são eternamente amadas,



É algo que terão o prazer de contemplar,

Assim que o senhor do Hades vos decidir abraçar.

A vós mortais é me impossível esta beleza descrever,

Só na morte a podem enaltecer.



Toda esta beleza me eleva,

É como a cara-metade que nos completa.

É o meu baluarte,

Do qual eu faço parte.



Existe em cada alma deste jardim uma historia comovente,

Que não deixa nenhum mortal indiferente,

São passados que fazem o nosso imperador lágrimas de ferro derramar,

Quando vi a sua emoção não pude acreditar.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Enterro


Só o som da trovoada interrompe,

O silêncio arrepiante.

Sou o mensageiro que entrega a mensagem,

Eis que o anjo negro cessa o seu olhar penetrante,

No alto o céu chora o anjo que abandonou.



A chuva deixa as rosas negras na sua campa molhadas,

Agora o belo anjo embarca noutras jornadas.

É a hora da verdadeira despedida,

A imagem daquele perfeito ser nunca será esquecida.



É imensa a multidão,

Que rodeia o seu lindo caixão.

Os poemas são escritos no veludo,

Existe um que dele diz tudo.



Ouve-se o violino a tocar,

O choro e a dor imperam enquanto o seu corpo vai a sepultar.

Saboreiam-se as lágrimas da saudade,

Não é a sua vontade,

Porém aquele anjo leva daquela gente uma grande parte.



A sua amada solta um grito de dor no ultimo momento,

Oh meu anjo negro diz-me que vais ouvir o meu lamento,

Só tu serás o dono do meu pensamento,

Só por ti eu vou guardar este lindo sentimento.



O anjo sussurra-lhe ao ouvido,

Obrigado por nunca me teres temido.

Desculpa ter ceifado a imortalidade sem motivo,

Quero que saibas que uma parte de mim em ti ainda está vivo.



Guarda bem junto do teu coração o meu amor,

Não deixes que o tempo apague essa chama por favor!

Comigo levo o sabor do teu beijo,

E beijar te uma ultima vez era o meu desejo!

  


quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Monólogo


Quero a misericórdia,

Quero apagar o passado da memória.

Dos deuses quero o ser eleito,

Quero ser o homem perfeito.



Quem sou eu, o que faço aqui?

Porque de noite choro por ti?

Afinal tu nunca quiseste saber de mim,

E desta estrada da dor não encontro o fim.



Faço de mim uma lastima,

Dos meus olhos escorre lágrima após lágrima.

Não sei qual o caminho que deva seguir,

Tão pouco como esta estranha sensação extinguir.



O meu nome no altar perverso dias sem fim crucifico,

Como de um fantoche se tratasse eu comigo mesmo brinco.

Com falsas promessas me iludi,

Uma vez mais nos meus jogos da mente cai.



Porque me condeno?

Porque tomo este veneno?

Escondo-me na sombra da harmonia,

Vivo em constante utopia.



Na vida sempre falhei,

Nada de bom em mim cultivei.

O lado negro da vida sempre adorei,

Vê Tiago onde cheguei!



Eis que outro Tiago responde:



És o teu próprio inimigo,

Quando devias ser o teu primeiro amigo.

Sei que a vida não é fácil,

Porém tu é que a tornas ainda mais difícil.



Não te julgas forte,

Por isso apelas à morte.

Fazes de ti o ser renegado,

Que pelos anjos da guarda foi abandonado.



De ti desenhas o auto-retrato de amaldiçoado,

Na verdade sabes que por muitos és adorado.

Compreendo a tua busca pela solidão,

Porém essa busca só endurece o teu mole coração.






segunda-feira, 31 de outubro de 2011

GRITOS MUDOS


Pela esperança iludido,

Nos sonhos perdido.

O mundo é preto e cinzento,

E eu de nada de novo acrescento.



Muitos não compreendem esta beleza,

A que dou o nome de tristeza.

E eu digo com a noção da realidade,

Ela torna-se na minha felicidade.



Sentimentos opostos,

Que por alguém me foram impostos.

Onde o horrível é belo e,

O belo é horrível.



Sou a alma da negação,

Aquela que faz a sua própria destruição.

As trevas sob mim caíram,

Os portões celestiais para mim nunca se abriram.



Sou um ser isolado,

Que a vida tem magoado.

Oh vida que nos meus lábios puseste o sabor do amargo,

Diz-me quando pela tua maldade vou ser abandonado?



Fazes de mim o errante,

Onde a dúvida é constante.

Por tua culpa apelei à morte,

E da faca já não sinto o corte.



Os meus gritos de ajuda são mudos,

E os espinhos no meu caminho são cada vez mais agudos.

Onde anda deus que me deixa passar por isto?

Será que ele sabe que eu existo?

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

O mal que me fazes!


O que me fizeste?

Não é a ti que dirijo a minha prece.

Para ti não passo do néctar que te alimenta,

Para mim és quem a minha vida atormenta.



Tu que me levaste a ceder à tua tentação,

E por mais que eu te peça não me dás a absolvição.

Viver sob os teus espinhos é uma constante,

Cada vez mais a minha pessoa da alegria está distante.



Um dia do lado “doce” da vida me despedi,

E sem saber no teu pecado me perdi.

És a falsa beleza,

E eu de ti tornei-me  a presa.



De me orientares para a tragédia não desistes,

Em me injectares o teu veneno insistes.

Maldito seja eu quando o seu efeito absorvo,

Devido ao seu poder corrosivo sofro.



Afinal só eu te posso destruir,

Não vou ter medo do que possa de tal acção advir.

Infelizmente da minha alma não posso apagar os teus actos.

A Zeus irei denunciar os teus perversos pactos.



Não te vou dar o prazer de me voltares a ferir,

Nem no abismo me veres cair.

Aviso-te que o teu trono vais perder,

Diante dos meus pés vais morrer.




quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Melâncolia


Sentes a minha presença doce e fria?

Depois de dormir tanto tempo,

Acordo de novo mergulhado na mais pura melâncolia.

Nem no meu repouso fui esquecido pelo tormento.



Ansiosamente aqui estou eu à espera do momento,

Maldita doença que me consome,

Em que possa pôr um fim a este sentimento.

Ao meu lado sem dar por nada a esperança dorme.





A flor da alegria nunca desabrochou,

Será que vai ser sempre assim?

Oh deusa a flor que dizes ser do éden murchou!

Até tenho medo de te perguntar o que tens reservado para mim!



Por mais acompanhado que esteja sinto-me cada vez mais sozinho,

Será que estou condenado a solidão?

Oh deusa porque me dificultas tanto o caminho?

Sinto-me perdido no meio desta imensa multidão.



Dá-me de novo a provar o teu veneno,

Entranha em mim o seu amargo sabor,

Uma vez pelo menos vive comigo em pleno.

Mas a tua vontade em mim não queiras impor!



Quando a tempestade amainar,

 A bonança sei que virá,

E eu pela saudade do disfórico vou uma vez mais chorar.

Porém o teu leal servo em nada intervirá.






terça-feira, 25 de outubro de 2011

Oh doce morte, oh morte doce:


Oh anjo da morte,

Onde andas?

A ti me queixo,

Decerto já viste que não tenho sorte.

Pega na minha mão enquanto o mundo mortal deixo!



Abraça-me na eterna tranquilidade,

Castiga-me se necessário pelo meu pecado,

Acaba de vez com a minha dura realidade.

Só por ti posso ser abençoado.



Sente o meu coração enquanto ele está a parar,

Deixa a magoa preencher o meu vazio,

Ordena à dor para me vir consolar.

Faz-me cair deste precipício.



Não hesites em a minha vida de mortal ceifar,

Vê onde a crença no reino da “luz” me levou,

Elege-me a mim para na noite te acompanhar.

Não sejas como o “deus misericordioso” que me abandonou.





Oh doce morte, morte doce,

Tira-me desta tirania,

Peço desculpa por te fazer um pedido precoce.

Deita-me na minha sepultura escura e fria.



Faz de mim a alma penada,

Mesmo morto podes-me deixar na depressão,

Não me importo que seja essa a divida a ser saldada.

Contigo quero reinar na imensa “escuridão”.



Tal como tu também eu odeio os anjos celestiais,

Malditos seres que cravaram a minha alma no sofrimento,

Deles hei de me vingar juntamente com os ministros infernais.

Oh morte ouve o meu lamento.



O “éden” não me seduz,

Lugar onde a mentira vai sempre imperar

Oh morte leva-me, não consigo mais carregar esta “cruz”.

Vem as lágrimas dos meus olhos limpar.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Obrigado!

Bem-dita sejas tu que veio cessar o meu pranto,

Fizeste perder o medo de amar,

Tenho a certeza de que tu és o meu anjo.

Como pode o amor ser cego?

Se me apaixonei por ti no primeiro olhar?

Bem-dita sejas tu que alimentas o meu ego.



Sei que muitas vezes te desapontei,

 Com o medo da tua reacção,

Nem sempre a verdade te contei.

Mesmo assim nunca me apagaste do teu coração.



Não foste como muitas que me abandonaram,

Como outras que só me usaram.



Sem ti não sei viver,

Ai como adoro o teu beijo!

Que eu morra se um dia o esquecer.



Ao meu lado só te é permitido lágrimas de alegria derramar,

Se eu um dia te magoar,

Não há nada que possa fazer,

Para a mim mesmo me perdoar.

Junto do teu peito eu quero adormecer.



Contigo sei que não vou ter medo de naufragar,

Tu és a bússola que para o resto dos meus dias me vai orientar.



A tua presença basta para a tempestade abandonar o meu dia,

Como pude eu desejar o lado amargo da vida?

Se ao teu lado só tenha a mais pura alegria!

Para contigo estarei eternamente em divida.

Às vezes penso que não sou digno da tua companhia.



Não te escrevo para te agradar!

Escrevo para te agradecer,

Bem-dita sejas tu que me veio salvar!

Obrigado por não me deixares morrer!



Obrigado por me inspirares,

Por mim lutares.

Obrigado por me tornares melhor,

Obrigado por me confiares o teu amor.


quinta-feira, 20 de outubro de 2011

vampiro



Quando o sol desce

 E a lua cresce

Sofro uma metamorfose

A humanidade em mim é esquecida,

A sede de mim toma posse.

Depois da ultima gota de sangue ter sido consumida.

Espero intensamente pela minha presa,

Primeiro o pecado carnal,

Depois terei a minha doce e tão desejada recompensa.

Andando,

Esperando,

Quero lá saber se a faço sofrer,

Aquele sangue tenho de beber.

Sabor indescritível,

Que só para os príncipes da noite está acessível.

Enquanto a sua vida cesso,

Dos seus medos me apercebo,

Mas a sua cura lhe concedo.

No céu a lua começa a desaparecer,

O sol quer nascer.

Esta na altura de ao meu caixão voltar,

Amanha voltarei para a minha sede saciar.

E o modo de vida dos mortais apreciar,

E a sua mortalidade invejar.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

O meu pecado! A minha benção!

Fiz dela o meu pecado,

Não entendo o porquê de tanta emoção,

Na sua teia fui apanhado.

Mas porque lhe devo tanta devoção?

Ela disse-me em segredo;

“Vem até mim,

Não tenhas medo,

Vou fazer de ti o real, o único,

Digno de ser chamado de anjo negro.

Vem conhecer a beleza do meu mundo,

Aviso-te que o caminho é “frio” e escuro,

Achas que estás preparado para ser o senhor do submundo”?

Eu não hesitei,

No seu mundo em milésimos de segundos entrei,

Com ela sonhei,

Por ela na cruzada da doce melancolia lutei,

Fui o meu inimigo,

Esqueci tudo à minha volta,

Andei de mãos dadas com o perigo.

E no fundo tudo o que ela me deu foi revolta

 Absorvi toda a sua essência ,

Ela usou-me e deixou-me,

Ai como chorei a sua ausência.

Na prisão da “dor” ela aprisionou-me.

Eis então que o anjo da “luz” daquela masmorra me resgatou,

Hoje eu começo a entender quem realmente sou.

Depois te tantos anos de com a tristeza estar “casado”,

Por aquele anjo que me salvou sinto-me amado.

Agora já não sou a minha própria tempestade,

Porém,

Pergunto-me será isto um sonho, ou é mesmo a realidade?

Peço-te anjo da “luz” que do paraíso abdiques,

E que ao meu lado fiques.

Não me deixes que  aquele doce veneno de novo eu possa provar,

E se desapareces?

Como vou eu sem ti, a magoa, a dor, a destruição afastar?

Diz-me a quem devo dirigir as minhas preces?

Para que a mim regresses?

Quem a vai expulsar?

Se ela decidir a mim retornar?

Quem as minhas quedas vai aparar?

Quem me vai iluminar?

Só tens o poder de me fazer sorrir,

Quando ela de novo me quiser destruir.




terça-feira, 18 de outubro de 2011

Mensagem de um defunto:



Quem ousa o meu descanso perturbar?

Quem és tu?

Que na minha cripta rosas negras vem deixar?

Diz-me porque choras diante do meu retrato?

Quem te faço eu lembrar?

Diz-me não seria mais fácil se esquecesses o passado?

Não sei quem és!

Mas certamente sabes que não me é permitido estar ao teu lado!

Nem penses em me acordar!

Aí o mundo como o conheces iria acabar!

Não me queiras conhecer!

Nada de bom em mim ias encontrar,

Só o inferno nos meus olhos ias ver.

Diz-me o que há em mim para te apaixonar?

Diz-me porque no meu túmulo a minha poesia insistes ler?

Diz-me?

Tal como eu, também tu de tristeza queres morrer?

Esquece a ideia que a morte é uma cura!

Não morte só existe lágrimas e tortura.

Mesmo que no mundo dos vivos de noite possas vaguear e vingar?

Acredita que a  eternidade não ias aguentar,

E uma vez mais,

Tal como eu, à vida vais querer regressar!

Agora vai e vive.

A alegria que eu não tive.

Nada mais te tenho a dizer

A não ser:

Nunca peças nem queiras morrer!








segunda-feira, 17 de outubro de 2011

pesadelo!





Diante da minha sepultura,

Não há flor que resista,

Só mesmo a solidão perdura,

Só recebo uma visita.

O sol desce,

A lua cresce.

E eu mais uma vez do meu descanso me levanto

E volto a tentar cessar o seu pranto.

Não adianta dizer-lhe sê forte!

Tenho de agir,

Talvez o som do meu violino a conforte.

Nem que para isso da eternidade tenha que desistir.

Não posso à sua desgraça ficar imune ,

Mesmo eu estando morto há algo que nos une.

E vê-la sofrer,

Faz a beleza deste jardim desaparecer.

Uma lágrima sua

É uma ferida que em mim se torna perpétua.

Oh senhor do submundo,

Leva-me de volta ao mundo,

Não peço anos mas sim um único dia

Para que naquele rosto eu possa por alegria.

Depois disso a minha alma podes levar,

Desde que me prometas que ela não voltará a chorar.

Se tal acontecer, eu vou  do silêncio profundo vou regressar,

Para de ti me vingar,

E o teu trono ocupar,

E ai ao lado dela para todo o sempre vou poder caminhar,

E a sua beleza contemplar.




sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Anjo Negro


Eu sou a verdade dita sem vaidade,

Sou um anjo negro que tenta fugir à sua realidade.

Sou o anjo negro que faz as rosas murchar,

Sou o anjo que contra a mentira se decidiu revoltar.

Sou o anjo que pelo “senhor da escuridão” foi abençoado,

Sou o anjo que pelo “senhor da luz” foi desprezado

Sou o anjo que tem muito pelo que “morrer”,

Mas também sou

O anjo que tem muito pelo que “viver”.

Sou o anjo que por “deus” foi traído,

Sou o anjo que pelo “demónio” foi acolhido.

Sou o anjo que de dia chora

Sou o anjo que de noite amaldiçoa a aurora.

Sou o anjo que apelidaram de negro,

Sou o anjo de que muitos têm medo.

Sou o anjo morto para o mundo,

Sou o anjo a que muitos chamam moribundo.

Sou anjo que adora o pecado,

Sou o anjo com o sentimento “pesado”

Acima de tudo sou

O anjo que não quer viver,

Sou o anjo que quer existir.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

odeio-te


Como posso eu esquecer?

Quem me faz sofrer,

Que dia após dia a minha sede de vingança alimenta,

Que palavra após palavra a minha raiva aumenta.

Não é pela sua indiferença que sou afectado,

Mas sim por sua pessoa não ser respeitado.

Sempre que penso que sai do teu ventre fico enojado,

Como posso gostar de alguém que me deixa louco?

Que nem me dá o “pouco”?

O único sentimento que sinto por ti é o mais puro ódio!

Sabes o que fazes com as tuas mentiras?

Acordas em mim o demónio!

Eu me pergunto dia após dia

Se o meu mal é a tua alegria?

Eu não te pedi para nascer!

Nem por ti ser amado!

Sempre soube que por ti não fui desejado!

Mas que culpa tenho eu do mal que pelo meu pai foi causado?

Ao pé de ti sinto-me a morrer!

E digo isto sem me arrepender!

E ninguém me pode julgar,

Por a minha mãe não amar!

Ninguém sabe por aquilo que estou a passar.

Aquilo que nas mãos daquela mulher eu passei,

E nunca nenhum mal lhe causei,

O benefício da dúvida sempre lhe dei.

No fundo eu amo odiar-te,

Desculpa,

Mas de mãe não consigo chamar-te.




terça-feira, 11 de outubro de 2011

Desabafo




Chega a noite

Chega o pensamento.

Mais um dia passou,

E o sossego não chegou,

Dura realidade,

De não querer encarar a verdade,

Farto de viver na obscuridade,

Infeliz por não encontrar a claridade,

Temo estar a perder a sanidade,

Sinto-me a cair na insanidade.

Pesadelo sem fim,

Oh deusa porque me fazes viver assim?

Vivo e escrevo sobre este drama,

Que só a mim me engana.

Deixa-me dizer-te:

Eu sou o anjo que do céu caiu,

Que da felicidade não desistiu.

Não entendo a tua antipatia,

Mas também não te peço simpatia.

Peço dos teus caprichos distância.

Só me dás tristeza,

Fazes dela a minha franqueza.

Eu fiz dela o meu vicio,

Mas esta na altura de combater o seu domínio.

Não me podes condenar!

De ti me querer libertar,

Do teu letal veneno  querer salvar-me,

De em ti eu mesmo querer encontrar-me.

Este pesadelo quero abandonar,

O sonho quero abraçar.

Quem te apelidou de deusa do amor?

Não serás antes a deusa do terror?

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Suspiros na escuridão:


Sou luz, sou escuridão,

De Vénus sou escrivão.

Sou fogo, sou gelo.

Sentado nesta pedra dura e fria,

Espero que a minha vida mude.

Porque vivo na ilusão, na contradição?

O meu erro foi abraçar a penumbra,

E de certa forma a “solidão”.

Cego pela tristeza,

Desprezei a alegria,

Agora vivo na utopia.

estranho sentimento este que me invade,

Que eu tento compreender.

O silêncio da minha consciência é constante,

Ausência acutilante,

Que da realidade me deixa distante,

Chorei um nome que tentei esquecer,

Mas esse nome teima em desaparecer,

Em tempos quis morrer,

Noutros intensamente viver.

Quando o silêncio me abandonar,

E a morte a ele se juntar,

E os meus olhos voltarem a brilhar,

O passado não vou querer recordar.

Porque recordar não é viver,

Recordar é morrer lentamente,

É  da saudade tornar-se dependente!

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Alma Perdida


Mais um dia passa, e eu tento,

Mas não consigo afastar este sentimento.

Por mais “doce” que seja a sua companhia,

Acaba sempre por amargar o meu dia.

Os anos vão passando, os dias contando,

Os ponteiros do relógio as horas vão marcando,

Mas e eu?

Eu vou vivendo em dicotomia,

Sentimentos opostos,

Tanto desejo a tristeza, como a alegria.

Escolhi viver na sombra de alguém que em mim não existia,

Sem me dar conta de que dos meus olhos o brilho desaparecia.

A vida trai-me!

Deixa-me na depressão cair,

E ninguém o meu apelo consegue ouvir!

O meu rosto tornou-se melancólico,

O meu sorriso irónico.

Nos meus olhos só vejo “morte”.

A alma?

A alma desapareceu!

O Tiago que conheceram?

Esse?

Esse morreu!

Porquê?
Porque nunca o compreenderam!

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

último adeus




As nuvens anunciam a morte,

Será ela uma dávida ou um tormento?

Será azar? Será sorte?

Se sou um anjo porque a temo?

Em tempos quis abraça-la.

Desejei o descanso eterno.

Quero vaguear pelo silêncio da noite.

Fazer a minha justiça.

Quero-te proteger dos “males” do veneno a que chamam  vida.

Mesmo mortos os meus sentimentos continuam vivos.

Esta é a divida que tenho que pagar,

Por a uma humana me revelar.

Abraçar a dor,

Do limbo quero ser senhor.

Contemplar a solidão,

Peço uma só coisa:

Não quero que vás depositar flores onde esta sepultado o meu caixão.

No meu sonho eterno eu  poderei,

Ver-te;

Sentir-te;

Esperar-te

Mas acima de tudo,

Dizer-te;

Adoro-te.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Anjo


Quem disse que o anjo caído,

Se tornou no demónio?

Esse anjo que caiu,

Para mim sorriu,

Para mim olhou,

E sem de mim nada saber,

A minha alma da “perdição” salvou,

Ao meu lado no Limbo caminhou.

Não tive escolha e por “ele” me apaixonei,

Mostrou-me que a vida não tem de ser feita de dor.

Muitas vezes comigo no meu sofrimento chorou,

Muitas vezes ao “paraíso”me elevou,

E mesmo eu pedindo que me deixa-se sozinho por momentos,

Nunca me abandonou.

Oh anjo que por mim zelas!

Porque te chamam demónio?

Porque não te dás ao mundo a conhecer?

Porque só a mim me deste esse prazer?

Promete-me que da minha vida não vais desaparecer!

Promete-me que és tu quem vai lá estar quando eu morrer!

Oh anjo deixa-me perguntar-te

Estou morto?

Nos meus sonhos tu respondes;

Não tenhas medo,

Quero que saibas que não estás morto!

Anjo deixa-me novamente algumas questões te fazer!

O meu pai consegue-me ouvir?

Será que ele me pode ajudar?

Não!

O teu pai não te pode ouvir,

E é impossível ele te poder acudir.

Só tu te podes ajudar!

Eu sou o anjo que a ele tua “alma” prometeu guardar!

Tiago por muito que te custe,

O mundo da tristeza por um momento vais ter que deixar,

Se não nem mesmo eu de lá te vou conseguir tirar,

E para um mundo  frio e sombrio contigo vais-me arrastar!

E ai não és tu mas sim eu que não vou aguentar!

Nos teus olhos vejo tristeza,

Mas também vejo uma réstia de alegria,

Por favor deixa que ela tome conta do teu dia!




quinta-feira, 22 de setembro de 2011

maldito espelho




O meu mundo esta a cair,

Tornei-me num ser frio,

No meu olhar impera o vazio.

Oh misterioso espelho!

Diz-me quem sou eu na verdade?

Porque não me mostras na realidade?

E  me condenas à falsidade?

Faz-me a magoa abraçar

E as lágrimas beijar.

No “inferno” faz-me sorrir

E no éden ferir,

Porque me fazes tantas vezes na dúvida cair?

Porque não me pões de novo a sorrir?

Oh espelho maldito!

Ao teu castigo estou condenado,

Graças a ti por mais acompanhado que esteja,

Sinto-me “abandonado”

No teu reino gelado o meu  verdadeiro “eu” fico aprisionado.

Oh maldito espelho porque não te quebras?

Quebra-te e no “falso”Tiago os teus vidros espeta.

Oh maldito espelho como te invejo.

Quando em ti me  vejo.

Tu que não te divulgas.

Só em pequenas imagens turvas,

Em ti já não consigo acreditar,

Nem sequer o meu reflexo consigo olhar,

Oh maldito espelho porque não te quebras?

Deixa-me ser eu a criar as minhas regras!