quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Melâncolia


Sentes a minha presença doce e fria?

Depois de dormir tanto tempo,

Acordo de novo mergulhado na mais pura melâncolia.

Nem no meu repouso fui esquecido pelo tormento.



Ansiosamente aqui estou eu à espera do momento,

Maldita doença que me consome,

Em que possa pôr um fim a este sentimento.

Ao meu lado sem dar por nada a esperança dorme.





A flor da alegria nunca desabrochou,

Será que vai ser sempre assim?

Oh deusa a flor que dizes ser do éden murchou!

Até tenho medo de te perguntar o que tens reservado para mim!



Por mais acompanhado que esteja sinto-me cada vez mais sozinho,

Será que estou condenado a solidão?

Oh deusa porque me dificultas tanto o caminho?

Sinto-me perdido no meio desta imensa multidão.



Dá-me de novo a provar o teu veneno,

Entranha em mim o seu amargo sabor,

Uma vez pelo menos vive comigo em pleno.

Mas a tua vontade em mim não queiras impor!



Quando a tempestade amainar,

 A bonança sei que virá,

E eu pela saudade do disfórico vou uma vez mais chorar.

Porém o teu leal servo em nada intervirá.






2 comentários:

  1. Brilhante Tiago!!! Que nunca te falte a vontade de escrever, tens um dom precioso! Abraço.
    Celso

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  2. Brilhante poema, Tiago! Um dos meus preferidos, sem dúvida.
    "Ao meu lado sem dar por nada a esperança dorme." Verso belíssimo!, mas que espero deixe rapidamente de ser verdade.
    Beijo,
    Ana

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