segunda-feira, 31 de outubro de 2011

GRITOS MUDOS


Pela esperança iludido,

Nos sonhos perdido.

O mundo é preto e cinzento,

E eu de nada de novo acrescento.



Muitos não compreendem esta beleza,

A que dou o nome de tristeza.

E eu digo com a noção da realidade,

Ela torna-se na minha felicidade.



Sentimentos opostos,

Que por alguém me foram impostos.

Onde o horrível é belo e,

O belo é horrível.



Sou a alma da negação,

Aquela que faz a sua própria destruição.

As trevas sob mim caíram,

Os portões celestiais para mim nunca se abriram.



Sou um ser isolado,

Que a vida tem magoado.

Oh vida que nos meus lábios puseste o sabor do amargo,

Diz-me quando pela tua maldade vou ser abandonado?



Fazes de mim o errante,

Onde a dúvida é constante.

Por tua culpa apelei à morte,

E da faca já não sinto o corte.



Os meus gritos de ajuda são mudos,

E os espinhos no meu caminho são cada vez mais agudos.

Onde anda deus que me deixa passar por isto?

Será que ele sabe que eu existo?

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

O mal que me fazes!


O que me fizeste?

Não é a ti que dirijo a minha prece.

Para ti não passo do néctar que te alimenta,

Para mim és quem a minha vida atormenta.



Tu que me levaste a ceder à tua tentação,

E por mais que eu te peça não me dás a absolvição.

Viver sob os teus espinhos é uma constante,

Cada vez mais a minha pessoa da alegria está distante.



Um dia do lado “doce” da vida me despedi,

E sem saber no teu pecado me perdi.

És a falsa beleza,

E eu de ti tornei-me  a presa.



De me orientares para a tragédia não desistes,

Em me injectares o teu veneno insistes.

Maldito seja eu quando o seu efeito absorvo,

Devido ao seu poder corrosivo sofro.



Afinal só eu te posso destruir,

Não vou ter medo do que possa de tal acção advir.

Infelizmente da minha alma não posso apagar os teus actos.

A Zeus irei denunciar os teus perversos pactos.



Não te vou dar o prazer de me voltares a ferir,

Nem no abismo me veres cair.

Aviso-te que o teu trono vais perder,

Diante dos meus pés vais morrer.




quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Melâncolia


Sentes a minha presença doce e fria?

Depois de dormir tanto tempo,

Acordo de novo mergulhado na mais pura melâncolia.

Nem no meu repouso fui esquecido pelo tormento.



Ansiosamente aqui estou eu à espera do momento,

Maldita doença que me consome,

Em que possa pôr um fim a este sentimento.

Ao meu lado sem dar por nada a esperança dorme.





A flor da alegria nunca desabrochou,

Será que vai ser sempre assim?

Oh deusa a flor que dizes ser do éden murchou!

Até tenho medo de te perguntar o que tens reservado para mim!



Por mais acompanhado que esteja sinto-me cada vez mais sozinho,

Será que estou condenado a solidão?

Oh deusa porque me dificultas tanto o caminho?

Sinto-me perdido no meio desta imensa multidão.



Dá-me de novo a provar o teu veneno,

Entranha em mim o seu amargo sabor,

Uma vez pelo menos vive comigo em pleno.

Mas a tua vontade em mim não queiras impor!



Quando a tempestade amainar,

 A bonança sei que virá,

E eu pela saudade do disfórico vou uma vez mais chorar.

Porém o teu leal servo em nada intervirá.






terça-feira, 25 de outubro de 2011

Oh doce morte, oh morte doce:


Oh anjo da morte,

Onde andas?

A ti me queixo,

Decerto já viste que não tenho sorte.

Pega na minha mão enquanto o mundo mortal deixo!



Abraça-me na eterna tranquilidade,

Castiga-me se necessário pelo meu pecado,

Acaba de vez com a minha dura realidade.

Só por ti posso ser abençoado.



Sente o meu coração enquanto ele está a parar,

Deixa a magoa preencher o meu vazio,

Ordena à dor para me vir consolar.

Faz-me cair deste precipício.



Não hesites em a minha vida de mortal ceifar,

Vê onde a crença no reino da “luz” me levou,

Elege-me a mim para na noite te acompanhar.

Não sejas como o “deus misericordioso” que me abandonou.





Oh doce morte, morte doce,

Tira-me desta tirania,

Peço desculpa por te fazer um pedido precoce.

Deita-me na minha sepultura escura e fria.



Faz de mim a alma penada,

Mesmo morto podes-me deixar na depressão,

Não me importo que seja essa a divida a ser saldada.

Contigo quero reinar na imensa “escuridão”.



Tal como tu também eu odeio os anjos celestiais,

Malditos seres que cravaram a minha alma no sofrimento,

Deles hei de me vingar juntamente com os ministros infernais.

Oh morte ouve o meu lamento.



O “éden” não me seduz,

Lugar onde a mentira vai sempre imperar

Oh morte leva-me, não consigo mais carregar esta “cruz”.

Vem as lágrimas dos meus olhos limpar.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Obrigado!

Bem-dita sejas tu que veio cessar o meu pranto,

Fizeste perder o medo de amar,

Tenho a certeza de que tu és o meu anjo.

Como pode o amor ser cego?

Se me apaixonei por ti no primeiro olhar?

Bem-dita sejas tu que alimentas o meu ego.



Sei que muitas vezes te desapontei,

 Com o medo da tua reacção,

Nem sempre a verdade te contei.

Mesmo assim nunca me apagaste do teu coração.



Não foste como muitas que me abandonaram,

Como outras que só me usaram.



Sem ti não sei viver,

Ai como adoro o teu beijo!

Que eu morra se um dia o esquecer.



Ao meu lado só te é permitido lágrimas de alegria derramar,

Se eu um dia te magoar,

Não há nada que possa fazer,

Para a mim mesmo me perdoar.

Junto do teu peito eu quero adormecer.



Contigo sei que não vou ter medo de naufragar,

Tu és a bússola que para o resto dos meus dias me vai orientar.



A tua presença basta para a tempestade abandonar o meu dia,

Como pude eu desejar o lado amargo da vida?

Se ao teu lado só tenha a mais pura alegria!

Para contigo estarei eternamente em divida.

Às vezes penso que não sou digno da tua companhia.



Não te escrevo para te agradar!

Escrevo para te agradecer,

Bem-dita sejas tu que me veio salvar!

Obrigado por não me deixares morrer!



Obrigado por me inspirares,

Por mim lutares.

Obrigado por me tornares melhor,

Obrigado por me confiares o teu amor.


quinta-feira, 20 de outubro de 2011

vampiro



Quando o sol desce

 E a lua cresce

Sofro uma metamorfose

A humanidade em mim é esquecida,

A sede de mim toma posse.

Depois da ultima gota de sangue ter sido consumida.

Espero intensamente pela minha presa,

Primeiro o pecado carnal,

Depois terei a minha doce e tão desejada recompensa.

Andando,

Esperando,

Quero lá saber se a faço sofrer,

Aquele sangue tenho de beber.

Sabor indescritível,

Que só para os príncipes da noite está acessível.

Enquanto a sua vida cesso,

Dos seus medos me apercebo,

Mas a sua cura lhe concedo.

No céu a lua começa a desaparecer,

O sol quer nascer.

Esta na altura de ao meu caixão voltar,

Amanha voltarei para a minha sede saciar.

E o modo de vida dos mortais apreciar,

E a sua mortalidade invejar.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

O meu pecado! A minha benção!

Fiz dela o meu pecado,

Não entendo o porquê de tanta emoção,

Na sua teia fui apanhado.

Mas porque lhe devo tanta devoção?

Ela disse-me em segredo;

“Vem até mim,

Não tenhas medo,

Vou fazer de ti o real, o único,

Digno de ser chamado de anjo negro.

Vem conhecer a beleza do meu mundo,

Aviso-te que o caminho é “frio” e escuro,

Achas que estás preparado para ser o senhor do submundo”?

Eu não hesitei,

No seu mundo em milésimos de segundos entrei,

Com ela sonhei,

Por ela na cruzada da doce melancolia lutei,

Fui o meu inimigo,

Esqueci tudo à minha volta,

Andei de mãos dadas com o perigo.

E no fundo tudo o que ela me deu foi revolta

 Absorvi toda a sua essência ,

Ela usou-me e deixou-me,

Ai como chorei a sua ausência.

Na prisão da “dor” ela aprisionou-me.

Eis então que o anjo da “luz” daquela masmorra me resgatou,

Hoje eu começo a entender quem realmente sou.

Depois te tantos anos de com a tristeza estar “casado”,

Por aquele anjo que me salvou sinto-me amado.

Agora já não sou a minha própria tempestade,

Porém,

Pergunto-me será isto um sonho, ou é mesmo a realidade?

Peço-te anjo da “luz” que do paraíso abdiques,

E que ao meu lado fiques.

Não me deixes que  aquele doce veneno de novo eu possa provar,

E se desapareces?

Como vou eu sem ti, a magoa, a dor, a destruição afastar?

Diz-me a quem devo dirigir as minhas preces?

Para que a mim regresses?

Quem a vai expulsar?

Se ela decidir a mim retornar?

Quem as minhas quedas vai aparar?

Quem me vai iluminar?

Só tens o poder de me fazer sorrir,

Quando ela de novo me quiser destruir.




terça-feira, 18 de outubro de 2011

Mensagem de um defunto:



Quem ousa o meu descanso perturbar?

Quem és tu?

Que na minha cripta rosas negras vem deixar?

Diz-me porque choras diante do meu retrato?

Quem te faço eu lembrar?

Diz-me não seria mais fácil se esquecesses o passado?

Não sei quem és!

Mas certamente sabes que não me é permitido estar ao teu lado!

Nem penses em me acordar!

Aí o mundo como o conheces iria acabar!

Não me queiras conhecer!

Nada de bom em mim ias encontrar,

Só o inferno nos meus olhos ias ver.

Diz-me o que há em mim para te apaixonar?

Diz-me porque no meu túmulo a minha poesia insistes ler?

Diz-me?

Tal como eu, também tu de tristeza queres morrer?

Esquece a ideia que a morte é uma cura!

Não morte só existe lágrimas e tortura.

Mesmo que no mundo dos vivos de noite possas vaguear e vingar?

Acredita que a  eternidade não ias aguentar,

E uma vez mais,

Tal como eu, à vida vais querer regressar!

Agora vai e vive.

A alegria que eu não tive.

Nada mais te tenho a dizer

A não ser:

Nunca peças nem queiras morrer!








segunda-feira, 17 de outubro de 2011

pesadelo!





Diante da minha sepultura,

Não há flor que resista,

Só mesmo a solidão perdura,

Só recebo uma visita.

O sol desce,

A lua cresce.

E eu mais uma vez do meu descanso me levanto

E volto a tentar cessar o seu pranto.

Não adianta dizer-lhe sê forte!

Tenho de agir,

Talvez o som do meu violino a conforte.

Nem que para isso da eternidade tenha que desistir.

Não posso à sua desgraça ficar imune ,

Mesmo eu estando morto há algo que nos une.

E vê-la sofrer,

Faz a beleza deste jardim desaparecer.

Uma lágrima sua

É uma ferida que em mim se torna perpétua.

Oh senhor do submundo,

Leva-me de volta ao mundo,

Não peço anos mas sim um único dia

Para que naquele rosto eu possa por alegria.

Depois disso a minha alma podes levar,

Desde que me prometas que ela não voltará a chorar.

Se tal acontecer, eu vou  do silêncio profundo vou regressar,

Para de ti me vingar,

E o teu trono ocupar,

E ai ao lado dela para todo o sempre vou poder caminhar,

E a sua beleza contemplar.




sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Anjo Negro


Eu sou a verdade dita sem vaidade,

Sou um anjo negro que tenta fugir à sua realidade.

Sou o anjo negro que faz as rosas murchar,

Sou o anjo que contra a mentira se decidiu revoltar.

Sou o anjo que pelo “senhor da escuridão” foi abençoado,

Sou o anjo que pelo “senhor da luz” foi desprezado

Sou o anjo que tem muito pelo que “morrer”,

Mas também sou

O anjo que tem muito pelo que “viver”.

Sou o anjo que por “deus” foi traído,

Sou o anjo que pelo “demónio” foi acolhido.

Sou o anjo que de dia chora

Sou o anjo que de noite amaldiçoa a aurora.

Sou o anjo que apelidaram de negro,

Sou o anjo de que muitos têm medo.

Sou o anjo morto para o mundo,

Sou o anjo a que muitos chamam moribundo.

Sou anjo que adora o pecado,

Sou o anjo com o sentimento “pesado”

Acima de tudo sou

O anjo que não quer viver,

Sou o anjo que quer existir.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

odeio-te


Como posso eu esquecer?

Quem me faz sofrer,

Que dia após dia a minha sede de vingança alimenta,

Que palavra após palavra a minha raiva aumenta.

Não é pela sua indiferença que sou afectado,

Mas sim por sua pessoa não ser respeitado.

Sempre que penso que sai do teu ventre fico enojado,

Como posso gostar de alguém que me deixa louco?

Que nem me dá o “pouco”?

O único sentimento que sinto por ti é o mais puro ódio!

Sabes o que fazes com as tuas mentiras?

Acordas em mim o demónio!

Eu me pergunto dia após dia

Se o meu mal é a tua alegria?

Eu não te pedi para nascer!

Nem por ti ser amado!

Sempre soube que por ti não fui desejado!

Mas que culpa tenho eu do mal que pelo meu pai foi causado?

Ao pé de ti sinto-me a morrer!

E digo isto sem me arrepender!

E ninguém me pode julgar,

Por a minha mãe não amar!

Ninguém sabe por aquilo que estou a passar.

Aquilo que nas mãos daquela mulher eu passei,

E nunca nenhum mal lhe causei,

O benefício da dúvida sempre lhe dei.

No fundo eu amo odiar-te,

Desculpa,

Mas de mãe não consigo chamar-te.




terça-feira, 11 de outubro de 2011

Desabafo




Chega a noite

Chega o pensamento.

Mais um dia passou,

E o sossego não chegou,

Dura realidade,

De não querer encarar a verdade,

Farto de viver na obscuridade,

Infeliz por não encontrar a claridade,

Temo estar a perder a sanidade,

Sinto-me a cair na insanidade.

Pesadelo sem fim,

Oh deusa porque me fazes viver assim?

Vivo e escrevo sobre este drama,

Que só a mim me engana.

Deixa-me dizer-te:

Eu sou o anjo que do céu caiu,

Que da felicidade não desistiu.

Não entendo a tua antipatia,

Mas também não te peço simpatia.

Peço dos teus caprichos distância.

Só me dás tristeza,

Fazes dela a minha franqueza.

Eu fiz dela o meu vicio,

Mas esta na altura de combater o seu domínio.

Não me podes condenar!

De ti me querer libertar,

Do teu letal veneno  querer salvar-me,

De em ti eu mesmo querer encontrar-me.

Este pesadelo quero abandonar,

O sonho quero abraçar.

Quem te apelidou de deusa do amor?

Não serás antes a deusa do terror?

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Suspiros na escuridão:


Sou luz, sou escuridão,

De Vénus sou escrivão.

Sou fogo, sou gelo.

Sentado nesta pedra dura e fria,

Espero que a minha vida mude.

Porque vivo na ilusão, na contradição?

O meu erro foi abraçar a penumbra,

E de certa forma a “solidão”.

Cego pela tristeza,

Desprezei a alegria,

Agora vivo na utopia.

estranho sentimento este que me invade,

Que eu tento compreender.

O silêncio da minha consciência é constante,

Ausência acutilante,

Que da realidade me deixa distante,

Chorei um nome que tentei esquecer,

Mas esse nome teima em desaparecer,

Em tempos quis morrer,

Noutros intensamente viver.

Quando o silêncio me abandonar,

E a morte a ele se juntar,

E os meus olhos voltarem a brilhar,

O passado não vou querer recordar.

Porque recordar não é viver,

Recordar é morrer lentamente,

É  da saudade tornar-se dependente!

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Alma Perdida


Mais um dia passa, e eu tento,

Mas não consigo afastar este sentimento.

Por mais “doce” que seja a sua companhia,

Acaba sempre por amargar o meu dia.

Os anos vão passando, os dias contando,

Os ponteiros do relógio as horas vão marcando,

Mas e eu?

Eu vou vivendo em dicotomia,

Sentimentos opostos,

Tanto desejo a tristeza, como a alegria.

Escolhi viver na sombra de alguém que em mim não existia,

Sem me dar conta de que dos meus olhos o brilho desaparecia.

A vida trai-me!

Deixa-me na depressão cair,

E ninguém o meu apelo consegue ouvir!

O meu rosto tornou-se melancólico,

O meu sorriso irónico.

Nos meus olhos só vejo “morte”.

A alma?

A alma desapareceu!

O Tiago que conheceram?

Esse?

Esse morreu!

Porquê?
Porque nunca o compreenderam!

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

último adeus




As nuvens anunciam a morte,

Será ela uma dávida ou um tormento?

Será azar? Será sorte?

Se sou um anjo porque a temo?

Em tempos quis abraça-la.

Desejei o descanso eterno.

Quero vaguear pelo silêncio da noite.

Fazer a minha justiça.

Quero-te proteger dos “males” do veneno a que chamam  vida.

Mesmo mortos os meus sentimentos continuam vivos.

Esta é a divida que tenho que pagar,

Por a uma humana me revelar.

Abraçar a dor,

Do limbo quero ser senhor.

Contemplar a solidão,

Peço uma só coisa:

Não quero que vás depositar flores onde esta sepultado o meu caixão.

No meu sonho eterno eu  poderei,

Ver-te;

Sentir-te;

Esperar-te

Mas acima de tudo,

Dizer-te;

Adoro-te.