As flores murcham na sua cripta,
Os corvos guardam aquele que pela sua
alma gémea grita,
Aquela mortal que por ele jamais será
esquecida,
A mortal que sem o seu anjo no mundo
ficou perdida.
Lágrimas e gritos ecoam pelo soturno
jardim,
Uma vez mais a jovem viúva questiona-se
porque partiste assim?
Solta um grito de dor sem fim,
“Tu sempre viverás em mim”
O anjo pede-lhe desculpa,
Na noite sussurra-lhe, não é tua a
culpa,
Que eu desistisse da minha luta,
Não te abraçar é o que mais me custa.
Arrependo-me de ter “ceifado” a vida,
Que ao teu lado foi intensamente
vivida,
No silêncio da noite eu choro,
Na fria solidão pelo teu corpo quente
imploro.
Embora não me possas ver,
Na saudade posso renascer,
Mesmo morto dos perigos posso-te
proteger,
Graças a ti que eu posso esta beleza
transcender.
Lembra-te:
Eu vivo no teu olhar,
Até na morte me fazes sonhar,
Eu nunca vou deixar de te amar,
Nas rosas negras vais me encontrar.
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