sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Saudade:


Do meus olhos jorra um rio,

São as lágrimas da saudade,

Que em mim causam um enorme vazio,

 Até de escrever, perco a vontade

 

Sem ti, não sei viver com alegria,

Pois é na tua doce companhia,

Que eu encontro a harmonia,

E desprezo a melancolia.

 

 

É na tua beleza,

Seja ela de deus ou do diabo,

Que acho a minha fortaleza,

E sinto-me embriagado.

 

 

Oxalá, pudesse eu no peito adormecer,

E o amanha não temer,

O meu desejo é ao teu lado envelhecer,

Como o vinho nas pipas de carvalho a amadurecer.

 

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Completa-me!


Por ti tornei-me poeta,

Não é a poesia, mas sim tu quem me completa,

De forma sem igual, que neste papel a minha alma é escrita,

Por ti jamais a minha inspiração será extinta.

 

Sou o poeta apaixonado,

Que espera nos teus braços, da magoa ser consolado,

Parece loucura, mas contigo sonho acordado,

Na verdade és o meu ópio, e em ti sou viciado.

 

 

Tudo em ti me causa atracão,

Não poderia escrever este poema sem a pura paixão,

Por isso desprezo a “razão”,

E dou ouvidos ao coração.

 

Só tu te apoderas da minha mente,

Nesta folha escrevo o que por ti sinto,

Faço dela a minha confidente,

 

É em ti que de mim encontro a minha metade,

Contigo não sinto alguma fragilidade,

És quem da tristeza me dá liberdade.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Da vida nada levo:


Da vida nada levo, a não ser delírios,

Nem mesmo o sentimento, impede,

Que na minha campa murchem os belos lírios,

Não poder-te ver, deixa-me neste solo inerte.

 

Nada mais sou,

A não ser uma alma, por a saudade petrificada,

Que a mortalidade abandonou,

Na imortalidade na esperança vive aprisionada

 

É imenso o sofrimento,

Que os mortais bebem das minhas lágrimas,

Perco-me no momento,

Em que para ti bela mortal, na morte escrevo estas páginas.

 

Volto a perder-me no pensamento,

Sentado diante das flores murchas,

Absorvo a beleza do lamento,

Eu grito por ti, e tu não me escutas.

 

 

Sob a luz do luar,

Que ilumina o jardim soturno,

Possa eu contigo sonhar,

Para ti tornar-me no divino.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Ausência


É a tua existência,

Que em mim causa dependência,

É a tua ausência,

Que absorve toda a minha essência.

 

Pudera eu voar,

Só para de ti me aproximar,

Uma ultima vez te tocar,

E a saudade enganar.

 

A “distância” sufoca-me,

A saudade provoca-me,

A solidão abraça-me,

E a esperança consola-me.

 

Jamais posso deixar-te ir,

Eu sem ti não posso existir.

No silêncio do meu pranto pergunto por ti,

A tua ausência é uma mágoa que nunca senti.

 

 

Uma vez mais, sem ti vagueio no vale da dor,

Ausência sentimento que da tristeza fez-me imperador,

Sem o teu olhar o éden colorido perde a cor,

Sem a magia do teu sorriso toda a vida perde o “sabor”

 

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

A ti mortal que me encantaste


Tu que és rival das mais belas flores,

Peço-te que leves a minha alma onde fores,

Guarda-a bem próxima do teu coração,

Uma vez mais te imploro que não deixes cair na escuridão.

 

 

Tu que te tornaste no ar que respiro,

E me fizeste sentir vivo,

Diz-me onde te encontro?

Diz-me quem te deu tanto encanto?

 

Neste momento não me podes ouvir,

Porém no perfume da noite podes-me sentir,

Anda! Liberta-me desta momentânea solidão,

És tu a única que me pode dar a absolvição.

 

Em ti quero-me perder,

 Desejo achar-te enquanto este poema estou a escrever.

Quero ser o fogo que te consome,

No meu pensamento só existe o teu nome.

 

Quero ser o brilho no teu olhar,

Vem fazer-me sonhar,

Vem o meu beijo uma vez mais saborear,

Deixa-me contigo na luz caminhar.

 

Peço-te que:

 

Nos sonhos, beija-me,

Na tarde fria, abraça-me,

Para a eternidade, ama-me,

Nos caminhos escuros, ilumina-me

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Tu:


Tu que vives em mim,

Na verdade defines-me,

É no teu abraço,

Que encontro a cura para o mal.

 

O teu olhar é essência da magia,

Que enche o meu dia de alegria.

No teu coração plantei uma flor,

Com a semente do amor.

 

O teu sorriso,

Tornou-se no meu paraíso.

A tua voz a melodia,

 No mundo não existe mais bela sinfonia.

 

És a pintura perfeita,

Só por deus podias ser feita.

Que te desenhou com toda a sua arte,

Para mim tornou-se pecado não poder tocar-te

 

O teu corpo a chama,

Que no frio me conforta.

Do teu beijo provém o mais doce sabor,

Por ti tornei-me trovador.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Das trevas, vem o lamento:


As flores murcham na sua cripta,

Os corvos guardam aquele que pela sua alma gémea grita,

Aquela mortal que por ele jamais será esquecida,

A mortal que sem o seu anjo no mundo ficou perdida.

 

Lágrimas e gritos ecoam pelo soturno jardim,

Uma vez mais a jovem viúva questiona-se porque partiste assim?

Solta um grito de dor sem fim,

“Tu sempre viverás em mim”

 

 

O anjo pede-lhe desculpa,

Na noite sussurra-lhe, não é tua a culpa,

Que eu desistisse da minha luta,

Não te abraçar é o que mais me custa.

 

Arrependo-me de ter “ceifado” a vida,

Que ao teu lado foi intensamente vivida,

No silêncio da noite eu choro,

Na fria solidão pelo teu corpo quente imploro.

 

Embora não me possas ver,

Na saudade posso renascer,

Mesmo morto dos perigos posso-te proteger,

Graças a ti que eu posso esta beleza transcender.

 

Lembra-te:

 

Eu vivo no teu olhar,

Até na morte me fazes sonhar,

Eu nunca vou deixar de te amar,

Nas rosas negras vais me encontrar.

  

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Hymnus Ad Purum Affectu


Os mortais cantam:

 

O silêncio chora,

A euforia sorri,

Na noite podes ouvir o pranto do anjo negro por não te ter aqui,

A tua ausência é a sua derrota.

 

A saudade diz-lhe avança!

A razão tem calma!

A privação do teu beijo fere-lhe a alma.

Sonhar com o amanhã é a sua única esperança.

 

“Luz” e “Trevas”,

O casamento perfeito,

Para ti, ele o verdadeiro eleito.

Por ti, do seu mundo quebrou as regras.

 

Oh diva mortal que cessaste o seu lamento,

Da cara limpa-lhe as lágrimas da saudade,

Não tenhais medo e abraça-o na eternidade.

Faz de ti a sua felicidade, o seu único encantamento.

 

Quando duas almas se amam,

Nem o absoluto poder dos Deuses as separam.

Eles têm inveja de seres a sua luz,

De seres tu quem para a mais pura alegria o conduz.

 

A força do vosso amor jamais será quebrada,

Tu diva mortal que deixas a sedutora Afrodite irritada,

Por não ser ela pelo anjo negro amada,

Para ele a sua beleza não significa nada.

 

 

Tiago R. Barros

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Ópera Quod Incantatio Me


A ti que me encantaste,

Tu que sem avisar na minha vida entraste,

Não tiveste medo e com o teu olhar me cativaste,

Junto do teu peito o meu ser depressivo acalmaste.

 

 

Fizeste com que sol para mim voltasse a sorrir,

Ensinaste-me a nunca  desistir,

Na magia do teu sorriso, na imensidão do teu olhar,

Eu hei-de  sempre te admirar.

 

Porque:

 

Nos dias difíceis busco no céu o teu rosto,

Assim que o encontro.

O meu ser rejuvenesce,

Serás tu o anjo que lá do alto ouve a minha prece?

 

Só a ti de corpo e alma me quero entregar,

Não tenhas medo, pois és só tu que eu quero amar,

No meu coração, no meu pensamento só tu ocupas lugar,

Mesmo acordado tu fazes-me sonhar.

 

Olho para o relógio, as horas não passam,

Ate os segundos demorados me torturam,

Desejo o momento de te ver novamente,

Anseio pelo amanha, para uma vez mais me entregar a ti ardentemente.

 

Graças a ti perdi o medo,

Na mais tremenda tempestade o teu efeito em mim é de sossego,

Louvada sejas tu que me encantas com o perfume do amor,

Glorificada sejas tu que acabaste com a minha dor.

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Furorem Divinum


O anjo negro salta do céu por amor,

Foi aquele sorriso que o fez o falso paraíso abandonar,

Foi aquele olhar sem igual que o fez apaixonar,

No éden não existe tal esplendor.

 

No seu salto o anjo exclamou:

 

Ninguém vai entender porque saltei,

Não tenho culpa se por aquele sorriso mortal me apaixonei,

Na verdade me enamorei,

De deixar de ser imortal não me arrependerei.

 

Eu que não acreditava na magias dos mortais,

Ao ver aquele sorriso, aquele olhar,

A minha alma sentiu na perfeição o verbo amar.

A sua beleza é rival dos seres celestiais.

 

Mais cedo ou mais tarde eu vou abraça-la,

Não posso viver entre os homens sem toca-la

Como será o beijo de uma mortal?

De certo que será divinal?

 

Eis que anjo negro chega à terra e grita:

 

Onde andas tu?

Vem para perto de mim,

Diz-me mortal porque me deixas assim?

Pelo que esperas para vires para perto de mim?

Anda comigo fazer inveja às flores deste jardim!

 

Eu quero te ouvir,

Eu preciso de te sentir.

A tua beleza transcendente me seduz,

Só tu serás a minha “luz”

 

Porque tu és tudo o que eu quero,

És tudo o que eu desejo,

Anda não tenhas medo e concede-me o teu beijo.

A ti mortal te venero.

 

 

 

 

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Speculum


Deitado na lapide dura e fria,

Vou cortando artéria por artéria.

Da vida não guardo, se não misérias.

De tanto querer viver, vivi apenas tragédias.

 

Eu sou onde a realidade,

Anda de mãos dadas com utopia,

De falsos deuses sempre obtive um silêncio constante,

Esperar uma resposta sua faz de mim um ser delirante.

 

Na tristeza encontro a minha paz interior,

Talvez seja ela a minha força superior.

A alegria não passa de uma quimera,

Que só semeia cólera.

 

Para a magoa crio serenatas,

Da mais profunda melancolia me torno diplomata.

Bebo o néctar das trevas,

A elas dedico todas as minhas letras.

 

Na vida eu tenho falhado!

No desfecho, tenho lamentado.

O lamento da tristeza é tudo para encontrar,

O caminho para voltar a sonhar!

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Donum


A minha tumba é gelada,

Porém graças a ti o frio não consegue invadir a minha alma.

És a divindade que na imortalidade me sossega,

Só a ti este anjo negro se entrega.

 

A minha vida era feita,

De agonias insuportáveis,

Sem ti a minha vida jamais era perfeita.

Contigo ao meu lado não existe lugar para os impossíveis.

 

A solidão foi a minha única perspectiva,

Eis que apareces tu e ao senhor da morte saldas a minha divida

A “Afrodite devo eu esta dádiva!

Ela fez de ti a minha vida.

 

Por ti o anjo negro se tornou poeta,

Porém não é a poesia que o completa,

És tu a sua alegria,

Graças a ti ele desprezou a destrutiva melancolia.

Fez de ti o sol do seu dia.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

luctum absentia


Sinto-me perdido,

Para o mundo estou esquecido.

Perco-me no sentimento lúgubre,

Abraço tudo o que seja fúnebre.

 

As flores emanam tristeza,

Sem o seu perfume, sorriso o mundo deixa ter beleza.

A alegria causa-me estranheza,

Só me resta fazer da melancolia a minha fortaleza.

 

Os jardins ficam de luto,

Os amantes padecem de um pranto absoluto.

Conforto-me na solidão,

Vagueio no frio da escuridão.

 

Os meus sonhos tornam-se silenciosos,

A minha dor está exposta nestes versos.

A minha voz fica cessante,

Porém olhar-te ao longe é gratificante.