Faz de mim o eterno
renegado,
Pelo teu feitiço quero ser
amaldiçoado,
Mal demais tenho causado,
Não devo de ser perdoado,
Que chova sob mim as mais
tristes emoções,
Fustiga-me com mil raios e
trovões,
Do mundo desejo ser
esquecido,
Apelo-te para que eu seja crucificado
no limbo,
Que esse seja o meu
castigo,
Deixa-me dormir para
sempre,
Ordeno-te que a dor nos
meus sonhos seja presente,
Faz com a minha destruição
seja constante,
Que lembrar-me de mim seja
agoniante,
Não quero ser lembrado com
saudade,
Mas sim como o sinónimo da
infelicidade,
Com a vida devo de pagar a
minha maldade,
Jamais em mim haja
tranquilidade,
Senhora do manto preto,
mata-me,
Com o veneno dos teus
lábios, beija-me,
No teu peito quero dormir,
Para que aqueles que
magoei possam-me punir,
Que o amor morra nos meus
olhos,
Nada mais sou se não,
Um destruidor de sonhos,
Que as harpias devorem o
meu negro coração.
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