Anjo que me tocaste,
Assim que o fizeste
pecaste,
Outrora tal como tu também
eu fui anjo,
Hoje nada mais me resta a não
ser alegrar-me no meu pranto,
Do teu toque não me irei
esquecer,
Diz-me demoras para voltar
aparecer?
Das cinzas fizeste-me
renascer,
Não ouses agora de a minha
vida desaparecer,
Na aurora suspiro o teu
nome,
Procuro por ti, o fogo que
me consome,
No crepúsculo fecho os
olhos,
Para que tu possas invadir
os meus sonhos,
Sem ti tudo é triste,
Contigo apenas alegria
existe,
A tua ausência faz o
silêncio chorar,
Diz-me onde te posso
encontrar?
Sem ti estou perdido!
Será que os deuses atendem
o meu pedido?
O que tem eles reservado
para mim?
A minha sorte terá chegado
ao fim?
Na sepultura dos amantes,
Diariamente presto
homenagem,
Jamais estaremos
distantes,
Suplico a Vénus para que
eu nunca esqueça a tua imagem,
A lua pergunta-me,
Porque eu e tu não podemos
ser estrelas?
Não é concedido caminhar
ao lado de criaturas belas!
O sol tal como Vénus
ilude-me,
Cega-me, na minha procura,
Porém a vontade de te
achar,
Na eternidade perdura,
E em mim a tua alma vai
brilhar,
Quando os teus lábios tocarem
nos meus,
Mesmo que isso possa
irritar o teu deus,
Se fores punida, da minha
vida direi adeus,