terça-feira, 5 de junho de 2012

ultimo momento


O corte, a dor,

O sangue escorre-lhe pelos pulsos,

A vida despede-se do anjo perdedor.

O seu coração dá os seus últimos impulsos.





O escuro é gélido e constante,

O seu ultimo grito acutilante,

A melodia da sua voz torna-se cessante,

E a sua vida nada mais foi se não mirabolante.



As suas feridas de mortal foram saradas,

Porém as feridas da sua alma jamais serão curadas.

No ultimo momento de lucidez,

Consegue ver o mal que o “dia” lhe fez



À solidão é condenado,

Pela armargura arrastado,

Uma vez mais pela alegria devastado,

Pela mágoa consolado.



Tornou-se no poeta errante,

De olhar penetrante,

Com um ar arrepiante,

Sempre do mundo distante.


segunda-feira, 4 de junho de 2012

anseio


Quero retornar à escuridão ,

Abraçar a magoa.

Ao mundo dizer adeus,

E tornar-me num deus.



Sou uma alma vazia,

Que pelos jardins soturnos vagueia de dia,

E de noite no encontro das almas declama a sua poesia,

Enaltecendo sempre a melancolia



Vejo as flores a morrer,

E os espinhos a nascer.

Os anjos choram,

Enquanto o Outono abandonam.



 Tal como eu anseiam pela a sua chegada

E desprezam a euforia em torno da alegria,

 Matam-na  com a sua espada,

Tal como eu abraçam a doce melancolia.